O Núcleo de Estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos/UFF – NEGRA – nasceu no Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais no ano de 2017. Seu surgimento está diretamente relacionado à movimentação estudantil que demandava o ensino das relações étnico-raciais no currículo acadêmico. As e os estudantes interessados/as em desenvolver pesquisa nas relações raciais e fazer seus estudos teóricos sobre o tema defenderam uma vaga docente destinada exclusivamente a esse tema. Com a vitória estudantil, Flávia Rios, a docente que foi aprovada neste concurso e assumiu a disciplina sobre relações raciais, recebeu muitas demandas dos/as jovens interessados em trabalhar sobre raça e suas interseccionalidades. Foi assim que, de reunião em reunião, os estudantes propuseram a formação de um núcleo de estudos para estruturar a rotina e os objetivos daquele coletivo interessado em pesquisar e compreender o tema das relações étnico raciais na UFF.
O núcleo, embora sediado na sociologia, nasceu interdisciplinar. Vários estudantes da UFF, que não encontravam espaço para discutir suas pesquisas sobre a temática das relações raciais, se aproximaram para conhecer o Negra a fim de discutir seus projetos, suas ideias e suas leituras. Desde então, o núcleo se reúne a cada 15 dias e mesmo com a pandemia manteve esse ritmo, sempre preocupado com o rigor metodológico e o compromisso ético. Esse objetivo de promover a ciência com engajamento social levou o grupo a se identificar com o sociólogo Alberto Guerreiro Ramos, que dá nome ao núcleo até hoje.
Apesar de jovem, o Negra já formou gerações de pesquisadores. Houve também a presença de pesquisadoras ligadas a outras universidades que frequentaram o Negra. Dentre essas experiências destacamos pesquisadoras vindas do México, França, Inglaterra e Estados Unidos. Com o objetivo de ser um lugar de acolhimento e desenvolvimento do espírito crítico na temática étnico racial, o negra abriga vários projetos de pesquisa e de extensão, promove eventos periódicos, estabelecer redes de diálogos de produção com várias universidades brasileiras, dentre as quais destacam-se a Unicamp, a UERJ, a USP, a UFBA e Unilab. Atualmente o Negra UFF conta com mais de 30 integrantes em diferentes fases de sua formação, desde estudantes de graduação, passando por alunos/as de mestrado e doutorado, até pós-doutorados e docentes da UFF.
Nos encontros quinzenais, os integrantes do Negra discutem as pesquisas em andamento dos/as integrantes do grupo, além do planejar e avaliar as outras ações realizadas pelos membros, consolidadas a partir de Grupos de Trabalho (GT). Atualmente temos os seguintes GTs: GT Comunicação, GT Editais, GT Cursos e Oficinas, GT Tecnologia da Informação, GT Eventos e GT Leituras. Cada um destes GTs realiza uma atuação focalizada para o oferecimento de atividades internas e externas ao grupo e para a elaboração e aprimoramento de diferentes projetos de pesquisa, ensino ou extensão.
Para além dos encontros quinzenais, os integrantes do Negra-UFF também participam de pesquisas empíricas sobre as diferentes dimensões das desigualdades raciais. Como consequência, são muitos os trabalhos escritos pelos diferentes integrantes do núcleo: artigos científicos publicados em periódicos, capítulos de livros, livros, artigos de imprensa, monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Integrantes do Negra-UFF também são presença constante nos principais eventos acadêmicos na área das ciências sociais, como os Encontros Anuais da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) ou os Congressos Brasileiros de Sociologia, dentre outros.
Como não poderia ser diferente, com tanta produção de conhecimento, o Negra-UFF também tem uma constante participação no debate público a partir de textos publicados em veículos de imprensa diversos. Por fim, o Negra-UFF também realiza atividades de extensão e outros eventos que ocorrem fora do âmbito universitário, como encontros em escolas públicas, oficinas em unidades socioeducativas, reuniões em secretarias municipais, estaduais ou federais… Qualquer espaço em que se discuta o tema das desigualdades raciais.
Como é possível observar, o Negra-UFF se consolidou como um grupo de pesquisa ligado ao programa de pós-graduação de Sociologia da UFF e que, além de formar novos/as pesquisadores/as interessados/as no debate sobre desigualdades raciais, também realiza pesquisas empíricas, promove divulgação científica e participa do debate público sobre o tema. Mais recentemente se tornou um grupo de pesquisa certificado pelo Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (https://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/789522).